Associação da Coonai viabiliza investimentos da Itambé em fábrica em Brodósqui

A captação do leite para a futura unidade industrial será feita pela Coonai, sob gestão da Itambé, e vai fortalecer a pecuária leiteira no nordeste de São Paulo

Brodowski vai ganhar uma fábrica de leite longa vida (UHT) da Itambé com capacidade de 200 mil litros por dia. A unidade industrial deverá entrar em funcionamento entre o final deste ano e o início de 2010, e vai exigir investimentos de R$ 20 milhões. O anúncio foi feito esta semana por Jacques Gontijo, presidente da Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR/Itambé).

Segundo Gontijo, a instalação da fábrica ganhou força com a afiliação, em abril último, da cooperativa Coonai, com sede em Brodowski, a primeira paulista a associar-se à Itambé, que já tinha 29 outras cooperativas afiliadas. “Queremos ter uma participação mais significativa de mercado de leite UH ”, disse ele. A captação do leite para a futura fábrica será feita pela Coonai, mas a gestão caberá à Itambé, que já inicia o processo de transição nos planos de remuneração ao produtor a partir de 1º de junho.

De acordo com Eduardo Lopes de Freitas, presidente da Coonai, um grupo formado por técnicos da Itambé e da Coonai já iniciou o trabalho de orientação aos produtores para que eles se adequem ao novo plano e consigam ganhar mais com isso. “Com certeza esta mudança vai provocar reajustes nas bases de preços pagos ao pecuarista. O plano de remuneração está atrelado à qualidade do leite e com isso o valor pago a cada produtor tem variações baseadas nas características do leite entregue por ele de acordo com as normas previstas em lei. Não sabemos em que proporção, mas nosso objetivo é que as bases sejam aumentadas para todos os produtores”, afirma Freitas.

A Coonai projeta aumentar sua atual captação de leite para atender a futura fábrica. Hoje, são adquiridos 80 mil litros por dia de 400 produtores, localizados em 57 municípios e em um raio de até 200 quilômetros de Brodowski, onde fica a sede da cooperativa. “Teremos de chegar a até 500 mil litros, mesmo porque continuaremos a produzir e comercializar o leite pausteurizado e os outros produtos da marca Coonai ”, estima Freitas.

Parte desse volume projetado deverá ser alcançado com investimentos em melhoria de produtividade dos atuais produtores. Mas uma grande parte terá de sair de novos pecuaristas leiteiros. “Nossa intenção é obter o leite da região, processá-lo e vendê-lo aqui mesmo no interior paulista, já que a tendência é a produção regionalizada de leite fluido”, explica o presidente da Coonai.

Exemplo de cooperativismo – Freitas enfatiza que a associação da Coonai à Itambé não é uma fusão ou aquisição. “Este é um processo comum no cooperativismo. A Coonai, como cooperativa singular, vai captar o leite e entregá-lo à Itambé, que é uma cooperativa de segundo grau. Portanto, todas as outras atividades da Coonai bem como os benefícios aos seus produtores não sofreram qualquer alteração”, esclarece. Conforme ele, ambas foram beneficiadas: a Itambé, porque queria entrar no interior paulista, e a Coonai, porque agora tem chances de disputar um mercado maior, fortalecendo os produtores em atividade e ainda aumentando o seu quadro de cooperados.


Todos os direitos reservados
Cooperativa Nacional Agro Industrial